domingo, 5 de fevereiro de 2012

PRECISO FALAR SOBRE KEVIN

Quando li "Precisamos falar sobre Kevin" fiquei aprisionada em um misto de sentimentos: admiração imensurável pela autora por sua capacidade de escolher cada palavra e transformar este conjunto em algo tão forte e poderoso. Algo que capaz de lhe causar admiração, compaixão, desprezo, nojo, repugnância, mas algo a que você jamais conseguirá ser indiferente. Vários tabus são debatidos, e muito bem apresentados pela autora. A escolha pela maternidade é o primeiro. Todas as mulhereres possuem instinto materno? Seria uma imposíção social? Ou, sendo mais filosófica, um filho nos ajuda, por alguns bons anos a preencher o vazio existencial que nos assola com a angústia, depressão e até mesmo a loucura, em casos mais extremos. A mãe em questão, resolve se aventurar por este caminho sem ter muita certeza da sua escolha. Com o nascimento do bebê surge outra questão. Uma mãe deve amar incondicionalmente seu filho? Imagine o dia a dia com uma criança que se mostra essencialemnte má e manipuladora. Que demonstra ódio e indiferença a você mas finge o oposto na presença do pai, como só um ótimo ator faria. Isso tudo antes dos 10 anos. Essa mãe tenta dividir sua angústia mas é taxada, ela sim, como uma mãe que implica com o filho, entre coisas piores. O final do livro não é mistério para o público uma vez que é imensamente divulgado. A questão é que o adolescente que comete um genocídio no ginásio de esportes da sua escola não é um garoto burro, raivoso e cheio de traumas. Ele é indiferente, À TUDO!!! Sua "obra" foi meticulosamente arquitetada para mostrar isso. Ao contrário de vários meninos "columbine" seus pais não se divorciaram, portanto, nada de traumas familiares. Sua família era rica = nenhum problema financeiro. Nenhuma decepção amorosa, só usava as garotas, segundo ele. Ele tinha nojo dos EUA. Da forma arrogante com que tratam o mundo e como repassam sua responsabilidade na forma de processos judiciais. Como no caso dos fumantes que processam a indústri do tabaco. Agora mesmo os obesos ridículos com aquelas camisetas do Mickey processarão as confeitarias e o MacDonalds. Enfim,por saber que um genocídio a tiros daria início a mais uma polêmica sobre o uso de armas de fogo, ele optou pelo arco e flecha. Ele pensou em TUDO, para mostrar que TUDo é NADA. E que o país parou para vê-lo e parou para assistir sua entrevista porque todos adoram assistir desgraças alheias e fingir compaixão. Se ele tivesse tirado A em geometria estaria sendo entrevistado, ele pergunta? Termino essa resenha com algo fantástico que ele diz. Ele diz que nossas vidas são tão vazias que a morte de 6 pessoas em uma escola salva milhares de vidas de americanos gordos, alienados, egocêntricos, com seu controle remoto na mão, que se não tivessem estas merdas para assistir enlouqueceriam ao se olhar no espelho e se deparar com sua imensa mediocridade!!!

RESENHA POR RITA MEZÊNCIO

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