quarta-feira, 17 de agosto de 2011

OS CATADORES DE CONCHAS

 
Preço: R$50,00

O livro Catadores de Conchas foi publicado em 1987, tendo como nome original The Shell Seekers. A história passa-se na Inglaterra, país de origem da escritora nascida na Cornualha (região Sudoeste da Inglaterra). A história tem como ponto de partida a saída de Penelope do hospital, após sofrer um ataque cardíaco. Ela tem 64 anos, três filhos, passou por um casamento desastroso e reside sozinha em um vilarejo chamado Temple Pudley. Desde o princípio, o caráter forte de Penelope é impresso na história, pois ela já começa dando a si mesma a alta do hospital.

A partir desse quase encontro com a morte, Penelope começa a relembrar o passado e decide regressar à Cornualha, onde passou momentos felizes com seus pais nada convencionais - o pintor Lawrence Stern e a francesa muito simpática e bonita, Sophie -, além de Richard, o grande amor de sua vida – porém não se tornou seu marido, na verdade ela já estava casada quando o conheceu -, e Doris que se tornou hospede da família com o início da 2ª Guerra Mundial. Alias, foi nesse lugar também em que ela passou toda a guerra, portanto o livro conta as dificuldades enfrentadas durante esse triste capítulo da história mundial.

Contudo, antes de retornar à Cornualha, ela se vê no centro de um conflito com seus filhos Nancy e Noel que, após saberem que os quadros do avô estão super valorizados, decidem induzir a mãe a vender o Catador de Conchas (presente dado por seu pai quando se casou com Ambrose Keeling) e também dois painéis inacabados pintados por Lawrence. Para saber o final desse conflito, só lendo mesmo, não vou estragar a surpresa, mas não se esqueçam que Penelope só faz o que quer.

A forma de deixar marcado o caráter das personagens, foi algo que me deixou impressionada durante a leitura. Em resumo temos Penelope, a senhora de opiniões fortes, despreocupada com as convenções e luxos, dando valor ao que realmente importa, às pessoas. Penelope tem três filhos, Nancy, a mais velha, é caracterizada pelo egoísmo e avareza. Seus únicos objetivos na vida foram formar uma família e viver das aparências, gastando mais do que tinha. Ela na verdade é um clone da avó paterna Dolly Keeling, porém há um ponto bom, ela realmente preocupava-se com o fato da mãe estar morando sozinha. Ao contrário de Noel, filho mais novo de Penelope, que só pensava em encher os bolsos com o dinheiro alheio, assim como seu pai, Ambrose. Para mim, eles representam o que há de pior nas características humanas.

O terceiro filho é Olívia, a do meio, que herdou muitas características da mãe. Ela é forte, determinada e a única que entende as atitudes de Penelope. Contudo, é vidrada em trabalho, dá pouco valor às relações amorosas e, por isso, deixar escapar pelas mãos o amor. O livro passa a ficar interessante a partir do capítulo que conta a vida de Olívia e seu envolvimento amoroso com Cosmo Hamilton, pai de Antônia - personagem que terá papel fundamental mais para o final do livro, pois vai com Penelope à Cornualha. Outra personagem que participa dessa viagem é Danus Murfield, jardineiro de Penelope. Logo que o vê, a senhora desenvolve grande afeto pelo rapaz, pois lembra-lhe muito Richard e como uma forma de reviver o grande amor, ela incentiva de forma discreta o romance dele com Antônia.

Enfim, não vou escrever mais, senão acabo contando a história. Em regra geral, os livros que mais gostei de ler me deixaram com uma sensação de angústia no final (eu sei...é estranho..rss). Os Catadores de Conchas encaixa-se perfeitamente nessa descrição, passei por diversas emoções durante a leitura, tristeza, revolta, êxtase, uma ligeira felicidade no final e, é claro, a angustia. Apesar de ser uma história fictícia, a história de Penelope Keeling poderia ter ocorrido com qualquer um, o casamento errôneo, a perda do amor verdadeiro, a sensação de impotência quando percebe que apesar de tudo que fez, seus filhos não são perfeitos, o conforto em pequenas coisas, como um quadro ou uma estufa, além de encontrar o carinho e compreensão fora dos laços de sangue.

A detalhada narração nos faz imaginar pessoas reais e sentir o mesmo que essas sentem e vêem. Pude mesmo sentir a grama passar sobre minhas mãos e o cheiro da maresia quando Penelope fala a Richard o que é luxo para ela. É uma das minhas partes preferidas do livro e simboliza bem o que é para mim a lição a ser tirada desse extenso romance, que é aproveitar e valorizar o momento que a vida nos dá com as pessoas que amamos
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Crédito: http://imersaempalavras.blogspot.com/2009/10/os-catadores-de-conchas-rosamunde.html

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